Rede Sindical Amazônica discute em Brasília melhoria aos trabalhadores da madeira

O Seminário Anual de Planejamento da Rede Sindical Amazônica (RSA) foi realizado em Brasília. O grupo surgiu em 2020 no contexto das queimadas e desmatamento. A organização representa sindicatos de trabalhadores do setor da madeira nos oitos países que compõem a Amazônia Legal.
Além de atuar pela defesa e garantia de direitos dos profissionais da área e pela preservação e desenvolvimento sustentável da Amazônia, a RSA busca a valorização do preço da madeira que também é comercializada fora do Brasil, segundo explica o representante sindical do Amazonas e representante regional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) no Amazonas Carles Waldemar.

Ele explica que a rede é internacional e participam sindicatos de todos os países da região amazônica. “Isso é importante pra gente porque a ideia é que a cadeia de valor da madeira que sai da região amazônica, por exemplo, para várias regiões do Brasil, para outras partes do mundo, o valor local seja mais reconhecido, para que existam melhores condições de trabalho, salários mais dignos para os trabalhadores e trabalhadoras que vivem na região Amazônica, como uma forma de enfrentar a pobreza que existe na região”, definiu.

Foi relatado no encontro que a madeira, às vezes, sai muito barata do Brasil e, tem um grande valor agregado na sua ponta do consumo. A ideia é equilibrar mais essa cadeia de valor da madeira em benefício dos amazônidas, das pessoas que vivem na região. A programação do Seminário Anual de Planejamento da Rede Sindical Amazônica foi pautada em cima da discussão e reforço sobre esses principais temas. E denúncias foram feitas.

As condições de trabalho que são relatadas pelos sindicatos que estão na Amazônia são situações muito duras. A informalidade é muito ampla, as pessoas trabalham sem proteção social nenhuma, o índice de acidentes graves ou fatais e também de doenças relacionadas ao trabalho é bastante alto de acordo com os relatos apresentados.

O seminário discutiu ainda a ausência do Estado, a ausência da fiscalização do trabalho, da ação do Ministério Público do Trabalho que chega a ser também chocante, porque tem regiões que mencionam nos sindicatos que tem cinco anos que não recebem visita de um fiscal do trabalho. O desrespeito de maus empregadores aos sindicatos também é enorme. Tem sindicatos há vários anos sem uma convenção coletiva de trabalho que garanta a aplicação da lei e garanta outros benefícios.

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