A família da brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, abriu uma vaquinha online, em uma tentativa de ajudar a filha, que está presa na Indonésia. “Apesar de seu erro, será que uma garota tão jovem deve pagar com a vida, ou com prisão perpétua”, disseram seus familiares.
De acordo com o site da rifa digital, a família diz que a menina “foi aliciada por uma organização criminosa e está presa acusada de tráfico de entorpecentes”.
Cada rifa custa R$ 10, e os fundos arrecadados serão utilizados para o custeio de um advogado especialista na Indonésia.
Entenda o caso
A prisão de Manuela ocorreu na virada do ano, no aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia.
O chefe da polícia de Bali, inspetor-geral Putu Jayan Danu Putra, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (27), que, inicialmente, os oficiais da Alfândega e Impostos do aeroporto suspeitaram de cidadãos brasileiros que chegaram usando um avião da Qatar Airways.
Os policiais verificaram imediatamente as duas malas trazidas pela mulher.
Segundo ele, na primeira mala foram encontrados dois pacotes de cocaína, cada um com peso líquido em torno de 990 gramas e 637 gramas.
Já na segunda mala, foram encontrados três pacotes de cocaína, cada um com peso líquido de 891 gramas, 711 gramas e 379 gramas.
O diretor de pesquisa de drogas da polícia de Bali, Kombes Iwan Eka Putra, disse que a brasileira estava sendo usada por redes de tráfico de drogas em seu país. Segundo ele, a mulher afirmou não saber quais pacotes havia nas duas malas.
Justiça rigorosa
O advogado Davi Lira da Silva disse à CNN que a família de Manuela está apavorada, já que mesmo a Justiça da Indonésia entendendo que a brasileira foi usada por uma rede de tráfico de drogas, as decisões tem sido muito rigorosas.
A brasileira foi indiciada com base na lei do país sobre entorpecentes, com a ameaça de pena de morte, prisão perpétua ou prisão por um mínimo de cinco anos e um máximo de 20 anos.
Em 2015, dois brasileiros foram executados na Indonésia por tráfico de drogas:
Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado janeiro de 2015 por fuzilamento. Ele foi preso em 2003, com 13,4kg de cocaína escondidos em uma asa delta;
Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, foi executado em maio de 2015 por um pelotão de fuzilamento, 11 anos após ser preso com 6kg de cocaína em uma prancha de surfe.