Uma mulher viralizou na segunda-feira por travar um noticiário na televisão estatal russa para protestar contra a guerra na Ucrânia .
Durante a transmissão da noite no Channel One Russia, a rede de notícias mais importante do país, um manifestante com um cartaz correu para o set atrás do âncora e cantou em russo: “Não à guerra! Pare a guerra!”
Sua placa dizia em russo: “Pare a guerra! Não acredite na propaganda! Eles estão mentindo para você aqui!” com “russos contra a guerra” escrito em inglês.
A transmissão corta imediatamente para um relatório pré-gravado. A âncora, Ekaterina Andreeva, é vista como uma figura icônica na mídia russa.
A mulher, identificada como a editora do Channel One, Marina Ovsyannikova, divulgou uma declaração em vídeo antes de denunciar o presidente russo, Vladimir Putin.
“O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é o agressor. E há apenas uma pessoa responsável por isso, esse homem é Vladimir Putin”, disse Ovsyannikova em russo. “Meu pai é ucraniano e minha mãe é russa, eles nunca foram inimigos, e este colar é um símbolo – que a Rússia deve parar imediatamente esta guerra e nossas nações irmãs ainda podem se unir.”
“Infelizmente, tenho trabalhado no First Channel nos últimos dois anos, tenho feito propaganda do Kremlin, da qual agora estou muito envergonhada”, disse Ovsyannikova. “Tenho vergonha de ter deixado mentiras serem espalhadas na televisão, tenho vergonha de ter participado da transformação do povo russo em zumbis, ficamos quietos quando tudo começou em 2014, não nos reunimos quando o Kremlin envenenou Navalny, fomos silenciosamente assistindo a este regime anti-humano, e agora, o mundo inteiro voltou para nós, as próximas 10 gerações não serão capazes de se livrar da vergonha desta guerra.”
O Channel One divulgou um comunicado dizendo que está investigando o incidente.
A “bravura” de Ovsyannikova foi aclamada nas redes sociais, muitos a comparando ao icônico manifestante “tanque homem” que ficou famoso em frente a tanques militares na Praça da Paz Celestial para protestar contra a China em 1989.
