São Paulo – A nutricionista e instrumentadora cirúrgica Ilana Kalil, 40 anos, foi encontrada morta em sua casa nesta segunda-feira (14). A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo. Os detalhes do caso serão preservados.
Ela era esposa do médico ginecologista Renato Kalil, com quem tinha duas filhas. Depois de ser alvo de denúncias por violência obstétrica, ele começou a ser investigado pelo Cremesp e Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Kalil nega as acusações e afirma já ter feito mais de 10 mil partos ao longo da carreira, sem nenhuma reclamação ou incidente.
O caso veio à tona a partir do vazamento nas redes sociais de áudios e vídeo enviados pela influenciadora Shantal Verdelho a um grupo de amigos. Neles, ela relata o que ocorreu durante o nascimento de sua filha, Domenica, em setembro.
“Quando a gente assistia ao vídeo do parto, ele (Renato) me xingava o trabalho de parto inteiro. Ele fala: ‘porr*, faz força. Filha da mãe, ela não faz força direito. Viadinha. Que ódio. Não se mexe, porr*’”, conta Shantal no áudio.
Violência obstétrica é o termo que caracteriza qualquer ofensa verbal ou física praticada contra mulheres gestantes, em trabalho de parto ou no período do puerpério — pelo médico, pela equipe hospitalar, por familiar ou acompanhante.
Em 2014, a violência obstétrica foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma questão de saúde pública que afeta diretamente as mulheres e seus bebês.