Interior do Amazonas pode sofrer desabastecimento de combustíveis por causa de ataques de “piratas”

“É preciso lembrar que toda vez que alguém acende um fogão ou abastece o carro no interior, foi necessário transportar o gás, o combustível e boa parte do alimento até aquele local, mas diante do cenário de insegurança que se encontram os rios, esse serviço pode ficar comprometido caso as transportadoras não recebam o apoio das forças de segurança federais e estaduais e das empresas distribuidoras de combustíveis”. O desabafo é do presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma), Galdino Alencar Júnior, durante evento promovido ontem pelo Instituto Combustível Legal, em Manaus.

Os desafios logísticos para o transporte de combustíveis no Amazonas, principalmente a falta de segurança e os ataques piratas cada vez mais frequentes em diversas regiões do Estado, foram os temas da apresentação que ele fez no evento. Para a entidade, que reúne as maiores e principais distribuidoras de combustíveis brasileiras, Galdino apresentou um relatório de todos os ataques realizados contra embarcações nos rios amazonenses nos últimos anos e que tem como alvo principal gasolina, diesel, gás e derivados de petróleo, que diariamente são transportados para abastecer os municípios.

Em seu discurso, o presidente do Sindarma afirmou que além dos prejuízos econômicos provocados pelas abordagens dos “ratos d´água”, como são denominados os piratas pela Marinha do Brasil, os prejuízos sociais são imensos, desde os ataques e agressões físicas contra a vida e a integridade de tripulantes e marinheiros, até o uso dos recursos provenientes dos roubos para financiar uma série de atividades ilícitas em toda a região.

“E ainda temos a questão ambiental, porque as embarcações que fazem o transporte de combustível no Amazonas são especialmente construídas para este fim, com casco duplo e uma série de mecanismos para evitar qualquer tipo de acidente, ao contrário das embarcações utilizadas pelos piratas”, alertou.

Galdino também apresentou as ações que estão sendo implementadas pelas empresas transportadoras do Amazonas para coibir as ações dos piratas, como a utilização de escoltas de segurança, monitoramento via satélite e os estudos para a implantação de um sistema de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant).

Workshop

Nesta quarta-feira (30) o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) realiza em sua sede em Manaus, um workshop voltado para as companhias filiadas à entidade.

Durante o evento, que terá início às 9h, serão abordados o nivelamento de vistorias, Vetting (processo que tem o objetivo de reduzir os riscos operacionais no transporte de produtos perigosos por meio de navios e barcaças), seguro, protocolos e procedimentos do transporte fluvial.

O evento, contará com a participação de especialistas em cada área durante todo o período da manhã.

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