INPA teme possível invasão na área da Reserva Florestal Adolpho Ducke, na Zona Norte de Manaus

O aumento populacional e a consequente busca por moradia em Manaus é motivo de preocupação para o Instituto Nacional de Pesquisas Ambientais (INPA), que observa a pressão das invasões a territórios à margem da Reserva Adolpho Ducke.  A aproximação pode prejudicar o andamento de pesquisas científicas realizadas na Área de Proteção Ambiental (APA).

O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a capital amazonense contabilizava uma população de aproximadamente 1,8 milhão com um déficit habitacional de 105 mil unidades. Cinco anos depois, em 2015, o déficit chegou a 125 mil unidades. Em 2021, com uma população aproximada de 2,2 milhões, a Fundação João Pinheiro estima que número de unidades necessárias para a população era de 108 mil na capital. Estudos recentes, no entanto, indicam tendência de aumento desses números por conta da pandemia.

Segundo o chefe da Divisão de Estações e Reservas do Inpa, Rubenildo Lima, a área de 10 mil hectares, centro de pesquisa para milhares de cientistas desde os anos 60, sempre viveu a insegurança das invasões de áreas verdes. Mas, segundo ele, desde 2019 esse quadro foi agravado.

Atualmente, o instituto conta com uma segurança terceirizada que atua para monitorar a área e já acompanha a ocupação da comunidade, na região oeste da reserva onde 289 pessoas vivem em situação precária em barracos.

“Essa ocupação não adentrou os limites da Reserva [Adolpho] Ducke. Nossos servidores monitorando e vendo o que se passa. As autoridades locais também acompanham. Óbvio que tem espaços indiretos, porque você começa a tirar vegetação de um limite de área verde que a gente chama de bordadura a área fica vulnerável, afeta a fauna, a flora, o clima”, alertou.

A comunidade está atualmente, de acordo com Rubenildo fora da reserva, porém, na zona de amortecimento. Segundo a legislação ambiental a área pode ser usada pela comunidade, no entanto, há uma séria de restrições como o não desmatamento, o que não tem ocorrido por lá. Esse comportamento, de acordo com Lima, pode causar danos indiretos ao ecossistema.

“Estamos otimistas que em breve isso vai acabar como ocorreu com a invasão Monte Horebe. Em breve as autoridades devem ter posse dos documentos legais para poder mitigar esses impactos e possivelmente retirar as pessoas. Pena que quando acontece isso, boa parte da área verde já foram desmatadas”, completou Rubenildo.

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