A Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas e o IBAMA realizam nesta data a OPERAÇÃO UIARA II, que tem por objetivo a identificação, abordagem e inutilização de balsas/dragas que operam a atividade de garimpo ilegal de ouro na calha do Rio Madeira.
A operação conta com a participação de 35 policiais federais do Amazonas, DF (COT-Comando de Operações Táticas), GPI (Grupo de Pronta Intervenção) do PA, RR e RO, e 4 fiscais do IBAMA, é realizada no marco legal da Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais), Lei 8176/91 (Usurpação de bens da União), e objetiva também dar cumprimento a decisões judiciais que cassaram autorizações de lavra de ouro no Rio Madeira, assim como atende a Recomendação expedida pelo MPF.
A ação operacional nesta data é sequencial à realizada no período de 27 a 29/11/2021, e objetiva localizar dragas de garimpo ilegal que estiveram envolvidas nas atividades de grande escala detectadas em 24/11/2021, na região de Autazes/AM, e que se evadiram para a região do município de Borba/AM, não sendo alcançadas na primeira fase.
A SR/PF/AM esclarece que atualmente toda a atividade de lavra de ouro no Rio Madeira é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão dessa importante hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas em 2022 a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas. Tendo em vista as narrativas que permeiam o tema, que objetivam retirar o foco sobre a flagrante ilegalidade das atividades e desconsideram os gigantescos danos ambientais decorrentes destas, a SR/PF/AM determinou ao SETEC/SR/PF/AM (Setor Técnico Científico) a realização de estudo técnico inédito sobre a contaminação de mercúrio1 no Rio Madeira, que teve início com a coleta de vestígios na região (água, sedimentos, fauna, flora e em cidadãos ribeirinhos).
Como resultado inicial do estudo foi elaborado o LAUDO DE PERÍCIA CRIMINAL FEDERAL (MEIO AMBIENTE) N° 1357/2021-SETEC/SR/PF/AM, que detectou elevados índices de contaminação por mercúrio na água, no leito do rio, na vegetação e nos seres humanos que habitam as margens do Rio Madeira naquela região.
Tais resultados científicos corroboram a necessidade das ações da Polícia Federal e demais instituições e órgãos parceiros na repressão ao garimpo ilegal no Rio Madeira, pois eventuais lucros decorrentes das atividades ilícitas são obtidos com o comprometimento direto da higidez (saúde) de milhares de pessoas que habitam a calha do Rio Madeira, e que dependem exclusivamente da água, agricultura e pescado viabilizados por essa hidrovia federal.