Em um Inquérito de 448 páginas, a Polícia Federal, uma das Instituições mais respeitadas do país, conclui que inexistem elementos que impliquem em minha participação em quaisquer dos ilícitos da Operação Sangria, não promovendo, portanto, meu indiciamento.
O resultado corrobora e reforça aquilo o que sempre lutei para provar: que não faço parte da rede de esquemas responsável por fraudes no estado do Amazonas em meio a um dos momentos mais críticos da sua história. Jamais participei, cooptei ou me associei a qualquer ilícito. Meus princípios e minha história fizeram me afastar completamente deste governo e de suas práticas, há quase um ano.
Agora, a Procuradoria Geral da República, em um gesto incoerente e infundado pelos autos do processo, me inclui na denúncia que envolve o esquema criminoso de fraude na compra de respiradores.
Diante da notificação, reitero minha posição e reafirmo minha luta pelo Direito como forma de garantir a Justiça.
Não sou criminoso, nem cúmplice de ninguém. As inúmeras páginas do rumoroso processo, que hoje já se tornaram públicas, pelo notório vazamento seletivo, dão, inclusive, demonstração clara disso.
Sempre fui tenaz pelo que acredito e me mantive fiel, até hoje, com os compromissos que firmei com a população que me elegeu pelo Estado do Amazonas. Meu posicionamento firme desde a posse e minha exposição como gestor, rendeu uma série de consequências, dentre as quais ser confundido em meio a um governo que abrigou criminosos de má índole para assaltar os cofres públicos.
Contudo, não me misturo com quem pratica o errado, e é por isso que rompi, em maio do ano passado, com o líder que deu as costas à população. Desde então, fui sucessivamente perseguido e ridicularizado, tendo minha equipe de apoio exonerada com o objetivo de constranger minhas boas ações e meu legado. Meu nome foi riscado de placas, meus projetos enterrados e deturpados. As categorias que defendo foram perseguidas e prejudicadas, minha família foi atacada, e ainda tive de lutar contra uma conspiração dos envolvidos, uma trama sórdida, a me imputar responsabilidades que a Polícia Federal identificou como sendo do próprio governador.
Foi um período difícil, onde minha própria vida e a sobrevivência da minha família entraram em jogo. Mas, mesmo assim, apesar de toda a crise, não deixei, com as forças que me restavam, de ajudar milhares de pessoas, com as articulações inerentes ao ofício que exerci por anos.
Me recuso a fazer parte de uma quadrilha que só faz prejudicar o povo amazonense e o Brasil.
Os danos que tentaram me causar tinham o objetivo de calar quem sempre foi a voz polêmica em defesa da população. Posso não ser unanimidade, eu sei, mas não sou omisso, e jamais deixei de ter coragem para fazer o que é certo. Minha defesa é pública. Não há o que se possa fazer, por mais sórdido que seja, capaz de calar quem ainda luta por nossa população.
O Amazonas vive um caos que nos coloca nas páginas dos noticiários internacionais. Tal desastre só ocorre pela notória falta de compromisso, conhecimento e espírito público. O cenário responsável pela morte e sofrimento de milhares de amazonenses, só foi possível pelo escandaloso despreparo e conluio do governador.
Com plena confiança na Justiça, todas as ameaças e retaliações que recebi serão agora respondidas em público e criminalmente. Cada uma delas.
Carlos Almeida Filho – Vice-governador do Amazonas