Estudos clínicos realizados na Índia mostram que o imunizante não gera efeitos colaterais graves e produz anticorpos para a Covid-19.
A Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano Bharat Biotech no Brasil, vai pedir autorização junto à Anvisa para conduzir testes clínicos da fase 3 da vacina Covaxin no país. A medida é necessária para formalizar o pedido de uso emergencial do imunizante e, posteriormente, o registro definitivo. Na semana passada, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas assinou um contrato com a farmacêutica para intermediar a aquisição de 5 milhões de doses da vacina.
Os estudos clínicos realizados na Índia com a Covaxin mostram que o imunizante não gera efeitos colaterais graves e produz anticorpos para a Covid-19. No dia 12 de janeiro, a Precisa Medicamentos disse que o laboratório indiano produz quantidades separadas de vacinas para os setores públicos e privados. E que, portanto, a destinação de parte da produção para venda privada não afetaria a disponibilidade para o setor público. De acordo com o gerente médico do Centro de Pesquisa Clínica da USP, Charles Schmidt, quem coordena a vacinação é o governo através do plano nacional de imunização (PNI). E que, portanto, o setor privado não deve participar da aquisição de vacinas.
“Eles querem ganhar dinheiro e aproveitar a situação para vender uma vacina que custa entre R$ 10 e R$ 20 por R$ 200, R$ 300 ou até R$ 1 mil. É especulação da saúde humana, mercantilização. O serviço de saúde, por ética médica, não pode mercantilizar a Medicina.” A Covaxin está entre os imunizantes cogitados pelo governo federal no plano de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, mas ainda não houve sinalização de acordo. O presidente Jair Bolsonaro já disse que o poder público não vai criar problemas para clínicas privadas comprarem doses do imunizante.