Segundo o ex-secretário de saúde, os respiradores chegaram a Manaus por meio de um avião do estado quando ainda eram da adega.
“No dia 3 de abril, à noite, o declarante se encontrou com o governador Wilson Lima no aeroporto para recebimento de uma carga de respiradores (vindos do Rio de Janeiro pelo avião da FAB), e nessa ocasião, o governador insistiu que o declarante se encontrasse com a pessoa de nome Alencar; Que então no dia 4, sábado, o declarante encontrou, pela primeira (sic), com o Alencar em seu gabinete”, afirma o documento do depoimento.
Segundo o ex-secretário de saúde, os respiradores chegaram a Manaus por meio de um avião do estado quando ainda eram da adega.
Em nota, o governo do Amazonas informou que não iria comentar informações de processo que tramita em segredo judicial. Informou também que “trabalha com transparência nas ações e com o fortalecimento dos sistemas de controle e que confia na Justiça”.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o governador do Amazonas, Wilson Lima “comanda e orienta” uma organização criminosa que se instalou no estado aproveitando a pandemia do novo coronavírus para obter ganhos ilícitos. A casa e o gabinete dele foram alvos de busca e apreensão em junho.
Tobias e o empresário apontado como operador do governador foram presos temporariamente. O depoimento de Tobias apresenta a mesma narrativa, a respeito da participação do governador, do depoimento da gerente de compras da Susam, Alcineide Figueiredo, presa na primeira fase da Operação Sangria, que deu detalhes sobre o processo de fraude e superfaturamento, afirmando que o operador agia por indicação do governador e por conhecimento da Casa Civil, que na ocasião tinha como secretário-chefe o vice-governador.
A Sonoar comprou os respiradores de fornecedores em outros estados a um total de R$ 1.091.800,00 e vendeu por R$ 2.480.000,00, o que gerou um lucro de R$ 1.414.270,04 num intervalo de seis dias. O dinheiro foi enviado ao exterior, segundo investigações.
Em seu depoimento, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, embora admita que plena consciência das irregularidades, nega que tenha participação na fraude de compra de respiradores na loja de vinhos.