Em coletiva, Daniela Assayag confirma que participou de reunião na Susam

A secretária de Comunicação do Estado, Daniela Assayag, confirmou ter participado de reuniões da Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam) e de outras secretarias. O nome da secretária foi citado no depoimento do ex-secretário de Saúde, Rodrigo Tobias, à CPI da Saúde, como a responsável por comandar a reunião sobre a compra dos respiradores superfaturados.
Foto: Divulgação / RCOM
Daniela é casada com o médico Luiz Carlos Avelino Júnior, sócio da empresa Sonoar, que vendeu os respiradores por quase R$ 2,5 milhões à loja de vinhos, responsável por revender ao Estado, e que lucrou quase R$ 1,5 milhão na transação que resultou na operação ‘Sangria’.
Durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (1º), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), bairro Aleixo, zona centro-sul, a secretária, bastante nervosa, disse que “não tem conhecimento de nenhum negócio de forma ilícita dentro do governo”.
Daniela é a segunda secretária nos desdobramentos da investigação pelos negócios do marido, dono da empresa alvo da Polícia Federal (PF) e pelo cargo que ocupa na cúpula do governo. “Não defendi empresa que seja, quem quer que seja. Não vou deixar que as pessoas utilizem a minha imagem para atingir o governo”, disse a secretária.
Ainda segundo o presidente da Comissão Parlamentar de Inquperito (CPI) da Saúde, deputado Delegado Péricles, o médico adquiriu 50% das cotas da empresa Sonoar em dezembro de 2019. As cotas pertenciam a Renata de Cássia Dias Mansur Silva, presa pela Polícia Federal, em São Paulo, na manhã de terça-feira (30), por envolvimento no esquema de superfaturamento na compra dos respiradores na loja de vinhos. 
O deputado detalhou que Luiz Carlos negociou as cotas por R$ 337.452 e o pagamento seria feito em cinco parcelas mensais. A última parcela seria paga no dia 10 de julho. O valor do estoque da loja seria pago no dia 10 de agosto. Na cláusula 11 do contrato, dizia que o mesmo deveria ser mantido em sigilo por 3 anos. Por conta disso, o nome de Luiz não consta na razão social da empresa.
Questionada sobre a participação de seu marido na empresa Sonoar, Daniela negou a informação. “Meu marido tinha interessa na compra de cotas da empresa. Fechou um contrato em dezembro de 2019, mas chegou a pagar apenas uma parcela. Quando soube, lá pelo dia 20 de abril, sobre o caso da compra dos respiradores, desistiu da compra de metade da empresa”, afirmou ela. Ou seja, o médico ainda era um dos donos da empresa quando o negócio foi fechado. 
A CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado (ALEAM) confirmou que a empresa Sonoar adquiriu 28 ventiladores pulmonares em várias lojas do País por R$ 1.092 milhão e vendeu à FJAP por R$ 2.480 milhões, lucrando quase R$ 1,5 milhão. A FJAP revendeu para o governo do Amazonas por R$ 2.976 milhões.
“O maior prejuízo quem causou foi a Sonoar, a empresa foi a que mais lesou o patrimônio público e teve o maior faturamento na compra e venda dos respiradores pulmonares”, disse o deputado Péricles.
De acordo com o laudo pericial produzido pela PF no inquérito da operação Sangria apontou que, se considerado o valor máximo de mercado dos equipamentos, o sobrepreço praticado em cada unidade dos ventiladores mecânicos adquiridos corresponderia a R$ 60.800,71, ou seja, 133,67% a mais em relação ao valor de mercado, totalizando a quantia de pelo menos R$ 1.702.419,88, até R$2.198.419,88, sob suspeita de desvio.

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