A Agência Pública e o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração convocam repórteres de todo o país para propor pautas investigativas sobre a mineração e suas consequências para a população e o meio ambiente.
Foto: Divulgação / RCOM
A iniciativa vai distribuir quatro bolsas no valor de 7 mil reais e oferecer mentoria da Agência Pública para a produção da reportagem.
A ação foi motivada pelos recentes rompimentos de barragens em Mariana e Brumadinho, que afetaram diversas famílias no estado de Minas Gerais, e trouxeram os impactos negativos da mineração ao centro das discussões no Brasil.
A Agência Pública acredita que há muito o que investigar sobre a atividade presente no país desde o período colonial e que ajuda a explicar parte da formação social e econômica do país.
“Os impactos da mineração são irreversíveis e causadores de inúmeros conflitos socioambientais e violações de direitos nos territórios. O setor mineral é o que mais protagoniza crimes socioambientais no país e reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um dos mais perigosos do mundo para o trabalho, com elevados índices de mortes e invalidez dos seus trabalhadores” afirma Kátia Visentainer, jornalista do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração.
A jornalista acrescenta que investigar o setor é de enorme importância. “A inscrição de repórteres de todo país para as Microbolsas é importantíssima, pois há um deserto de notícias na grande mídia sobre muitas histórias da mineração nos territórios mais distantes dos grandes centros”, complementa.
Sobre as pautas
As pautas podem ser sobre quaisquer aspectos da mineração no Brasil, como violações de direitos humanos por empresas, impactos ambientais, conflitos de terras, entre outros. Só serão consideradas propostas de reportagens investigativas.
É importante que as pautas sejam originais e investiguem situações ainda não exploradas ou pouco exploradas pela mídia, principalmente nos biomas da Amazônia e do Cerrado.
Inscrição
As inscrições devem ser feitas até o dia 7 de agosto por este formulário.
Para se inscrever, é necessário enviar uma breve apresentação do repórter, referência profissional, resumo e descrição da pauta, plano de trabalho e plano de orçamento.
As pautas serão selecionadas pela direção da Agência Pública em parceria com o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração considerando a originalidade e relevância da pauta, consistência na pré-apuração, segurança e viabilidade da investigação e os recursos e métodos jornalísticos que serão utilizados.
Premiação
Os vencedores serão anunciados no dia 21/08 no site da Agência Pública. Os selecionados receberão também uma comunicação por e-mail.
Os vencedores receberão metade da verba total (R$ 3.500) a título de adiantamento e a segunda metade depois da realização da reportagem. Os recursos das Microbolsas podem ser utilizados para gastos com viagens e pesquisas, por exemplo, da maneira que os propositores decidirem.
Os vencedores receberão metade da verba total (R$ 3.500) a título de adiantamento e a segunda metade depois da realização da reportagem. Os recursos das Microbolsas podem ser utilizados para gastos com viagens e pesquisas, por exemplo, da maneira que os propositores decidirem.
O prazo de realização da reportagem não deve exceder três meses. No caso de o projeto não ser concluído no prazo, o vencedor deverá devolver integralmente o valor recebido.
Os premiados farão reuniões de planejamento e acompanhamento das reportagens com os editores da Agência Pública regularmente, em datas a serem combinadas. As reuniões podem ser realizadas remotamente.
As reportagens geradas pelas propostas vencedoras serão publicadas no site da Agência Pública e seus republicadores.
Para dúvidas ou mais informações: contato@apublica.org.