Uma menina de 15 anos que se prostituía no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami foi resgata pela Polícia Federal, nesta terça-feira (15). Ela relatou que foi enganada com uma falsa vaga de emprego.
A mãe registrou o desaparecimento da menina no dia 12 de fevereiro e não teve mais notícias sobre a filha. A adolescente foi encontrada pelos policiais federais durante um patrulhamento noturno no Rio Mucajaí.
Outras quatro mulheres estavam com a menina e elas também teriam sido levadas ao local para se prostituírem no garimpo. A menina relatou aos agentes que recebeu a proposta, por meio de uma rede social, para trabalhar como cozinheira no garimpo com salário de até R$ 5 mil por mês, que seria pago em ouro ou dinheiro. No dia seguinte ao contato, um carro de luxo foi buscá-la na casa dela, em Boa Vista (RR).
Entretanto, ao chegar na região, a adolescente foi obrigada a fazer programas. Segundo o conselheiro tutelar Franco Rocha, em entrevista, a menor chegou a fazer cerca de 16 programas por noite.
“Eles a obrigaram a ir para os cabarés, inúmeros, lá dentro. E que se ela não fosse, iriam deixá-la rodada, como costumam dizer. Não iria pagá-la, e ainda corria o risco de ser assassinada porque eles a ameaçaram de morte. Então, ela não teve outra alternativa”, disse Franco.
A adolescente também relatou que no período em que ficou no território viu muitas pessoas fortemente armadas nos acampamentos dos garimpeiros. A Polícia Federal investiga uma organização criminosa envolvida na cooptação de mulheres e adolescentes para serem exploradas sexualmente nas regiões de garimpo em Roraima.