No dia em que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) completa 53 anos, o prefeito Arthur Virgílio Neto elogia o modelo de desenvolvimento sustentável e reafirma suas críticas ao governo federal pelo desconhecimento da região amazônica. Ele destacou, entre tantos resultados positivos, o fato de a floresta, localizada no território amazonense, manter seus 96% de área preservada.
Foto: Divulgação / BLITZ AMAZÔNICO
Para o prefeito, há muito o que exaltar quando se faz um resumo de mais de cinco décadas de existência da Suframa.
“Quando eu avalio esses 53 anos de Zona Franca de Manaus, vejo um saldo muito positivo, por saber que o modelo sustentou cada um de nós e todos aqueles que vivem no Amazonas, e ainda deu muito emprego país afora. Além disso, trouxe desenvolvimento, sustentou as prefeituras do interior, garantiu as fronteiras, como queria o presidente Castelo Branco, trouxe crescimento econômico, como previu o economista Roberto Campos, e nos garante o ambiente saudável de todas as ‘amazônias’, que é a nossa Amazônia amazonense, com 96% da cobertura florestal intacta”, destaca Virgílio.
Reconhecido como um dos maiores defensores do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), o prefeito Arthur Neto lamenta o fato de que, ao longo dos anos, não se buscaram novas matrizes econômicas.
“Apesar de tudo que deu certo, há um plano negativo para se ressaltar. Todos, sem exceção, que governaram a Zona Franca de Manaus ao logo desses 53 anos, se portaram como os velhos coronéis da borracha e não foram capazes de aproveitar esse tempo político e econômico que o modelo nos garantiu, para criar novas matrizes que compensassem os momentos de baixa. Resultado: o modelo teve que se reerguer sozinho, em momentos difíceis”, critica Arthur.
De acordo com prefeito de Manaus, o governo federal trata o polo industrial e a Floresta Amazônica com desconhecimento. Ele cita como exemplo a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do setor de produção de refrigerantes da Zona Franca de Manaus (ZFM), fixada em 8% até novembro deste ano, colocando em risco 10 mil empregos no Amazonas.
“Perder o polo de concentrados é muito grave. Isso prova o desconhecimento do governo federal sobre o assunto. Pois são mais 10 mil empregos gerados pelo Amazonas e perdê-los vai pesar muito nos interiores, pela inércia econômica de muitos municípios. Não temos obsrvado outras alternativas sendo postas em prática e, ao contrário, vemos um jogo de vaidades em busca de um salvador da pátria, quando deveria haver um entendimento de união para que a Zona Franca sobreviva”, afirma Arthur Virgílio Neto, lembrando que somente a prorrogação da ZFM por mais 50 anos, até 2073, não irá garantir a subsistência do modelo.
“Parabenizo a Suframa, deixando a mensagem de que precisamos exigir as mudanças fundamentais, com investimentos em portos, em ciência e tecnologia, centros de pesquisa, na inovação, no capital intelectual, na mão de obra especializada e na infraestrutura de estradas, para quebrarmos o isolamento do Amazonas e, ao mesmo tempo, não deixarmos o Estado condenado a viver de polos que, em grande parte, deixarão de existir a médio prazo. Precisamos da floresta em pé, sem investimentos em ações predatórias, pois a Amazônia precisa ser amada e respeitada por todos e preservada pelo modelo Zona Franca de Manaus”, finaliza.