MUNDO – Uma nova infecção viral está preocupando as autoridades de saúde indianas. Entre 6 de maio e 26 de julho, 82 crianças com até 5 anos de idade foram diagnosticadas com a chamada “gripe do tomate”. Os casos foram registrados nos Estados de Kerala e Tamil Nadu, no sul do país.
O Centro Regional de Pesquisa Médica em Bhubaneswar, capital de Orissa, informou também que 26 crianças entre 1 e 9 anos teriam contraído a doença na cidade, totalizando 108 jovens com diagnóstico no país. Esses números constam em artigo publicado na sexta-feira 17 pela revista científica The Lancet.
A publicação considera que a “gripe do tomate” poderia ser um efeito posterior da chikungunya ou da dengue em crianças, e não uma infecção viral. O vírus também poderia ser uma variante da mão-pé-boca, uma doença infecciosa comum que atinge principalmente crianças entre 1 e 5 anos, além de adultos imunocomprometidos (aqueles cujo sistema imunológico está fragilizado).
Os sintomas primários observados em crianças com a “gripe do tomate” assemelham-se aos do chikungunya, que incluem febre alta, erupções cutâneas e dores intensas nas articulações.
A doença tem esse nome em virtude da erupção de bolhas vermelhas e dolorosas por todo o corpo, que gradualmente aumentam para o tamanho de um tomate. Essas bolhas são similares às observadas na varíola dos macacos.
Assim como acontece com outras infecções virais, os sintomas incluem fadiga, náuseas, vômitos, diarreia, febre, desidratação, inchaço nas articulações e dores no corpo, que são semelhantes aos da gripe.
Em crianças com esses sintomas, realizam-se testes moleculares e sorológicos para o diagnóstico de dengue, chikungunya, zika vírus, catapora e herpes. Se essas infecções forem descartadas, há a confirmação da “gripe do tomate”. As crianças correm um risco maior de exposição à doença, porque as infecções virais são comuns nessa faixa etária.
O tratamento consiste em isolamento, descanso, ingestão de líquido e compressas de bolsa de água quente. Isso serve para aliviar a irritação na pele e as erupções cutâneas. Ainda não há medicamentos nem vacinas antivirais disponíveis para o tratamento ou prevenção da “gripe do tomate”.