Ministério da Saúde cria grupo de trabalho para monitorar varíola do macaco no Brasil

São Paulo – Um grupo de trabalho no Ministério da Saúde vai acompanhar a evolução do surto de varíola do macaco e definir protocolos para identificar possíveis casos que surjam no Brasil, anunciou a pasta na segunda-feira (23).

O objetivo inicial é “elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença”.

O ministério também afirma ter enviado aos estados um Comunicado de Risco sobre a varíola do macaco, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até agora.

A mobilização da pasta ocorre no momento em que 19 países já confirmaram ao menos um caso da doença. A maioria dos pacientes está na Europa, epicentro do surto. No continente americano, Estados Unidos e Canadá já confirmaram pacientes com varíola do macaco. A Argentina tem um caso suspeito.

A virologista Camila Malta, pesquisadora do Laboratório de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP (FMUSP) e do Instituto de Medicina Tropical, afirmou que é muito provável, diante do atual cenário, que o Brasil registre algum caso da doença.

“Não tem como prever nada, mas não tem por que ela não chegar ao Brasil. Não dá para saber por qual país da América do Sul ela vai entrar, mas sabemos que tem uma grande conectividade por São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. É possível que venha dos países com casos por essa rota. Mas é só uma suposição.”

Monitoramento em tempo real feito pela iniciativa Global.health, composta por pesquisadores de universidades como Oxford e Harvard, apontava na manhã desta terça-feira (24) 174 casos confirmados da doença e outros 93 suspeitos. A Inglaterra lidera a lista, com 56 diagnósticos, seguida da Espanha (41) e de Portugal (37).

O primeiro paciente com varíola do macaco na Alemanha é um brasileiro de 26 anos, que na semana passada apresentou febre e dificuldade para engolir. Ele foi testado em uma clínica de Munique e está isolado no local. O jovem havia passado por Portugal e Espanha antes de desembarcar em território alemão.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha de perto este surto, o maior fora da África desde que o vírus da varíola do macaco infectou humanos pela primeira vez, em 1970. A doença é endêmica em alguns países da África, mas os casos europeus não têm conexão aparente com indivíduos que viajaram ao continente.

Este também não é um vírus de fácil transmissão entre humanos, o que tem levado pesquisadores a tentar entender o que há por trás dessa explosão de casos.Ainda assim, autoridades sanitárias dizem que o risco de uma nova pandemia é baixo.

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