RIO DE JANEIRO – O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu pela segunda semana seguida, segundo pesquisa feita pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). O movimento acompanha tanto a queda na cotação do etanol hidratado quanto o corte promovido pela Petrobras em suas refinarias.
De acordo com a ANP, o litro da gasolina foi vendido esta semana pelo preço médio de R$ 6,679, queda de 0,43% em relação ao verificado na semana anterior. Na comparação com duas semanas antes, quando se iniciou o movimento de baixa, a redução é de 0,9%.
Neste momento, a queda reflete mais a redução do preço do etanol hidratado, que representa 27% da mistura vendida nos postos. Em um mês, o valor médio de venda do combustível nas usinas de São Paulo caiu 12%.
Na quarta-feira (15), a Petrobras cortou em 3,1% o preço de venda da gasolina em suas refinarias, valor equivalente a R$ 0,10 por litro, mas o repasse depende do esvaziamento de estoques comprados pelos postos a preços mais altos.
Foi a primeira redução no preço do combustível desde o dia 12 de junho. Após o corte, o preço médio de venda da gasolina nas refinarias da estatal será de R$ 3,09 por litro. Não houve alteração no preço do óleo diesel.
Operadora da maior refinaria privada do país, a Acelen anunciou que vai promover corte semelhante ao da estatal a partir deste sábado (18). Desde o início de dezembro, a empresa opera a Refinaria de Mataripe, na Bahia, comprada da Petrobras.
Os cortes acompanham recuo das cotações internacionais do petróleo diante dos temores de impacto da variante ômicron sobre a retomada da economia global.
Segundo a ANP, o preço do etanol hidratado também vem caindo nos postos. Esta semana, o litro do combustível foi vendido, me média, a R$ 5,128, queda de 1,5% em relação à semana anterior. Em um mês, a redução acumulada é de 5%.
Já o preço do diesel permaneceu estável na semana, quando foi vendido, em média, a R$ 5,345 por litro. Mesma situação foi verificada com o gás de cozinha, que permaneceu em torno dos R$ 102 por botijão de 13 quilos.
A escalada dos preços dos combustíveis durante o ano provocou estragos na popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi o principal fator de pressão inflacionária no país, empurrado o IPCA acumulado em 12 meses para 10,74% em outubro, o maior valor para o período desde 2003.
Na semana passada, o presidente provocou a abertura de mais uma investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a Petrobras, ao afirmar que a empresa reduziria naquela semana os preços dos combustíveis.
Logo após a repercussão, Bolsonaro negou ter tido informações privilegiadas. “Precisa ter bola de cristal para saber que tem que diminuir o preço da gasolina, caindo o (petróleo) Brent? Caiu acho que US$ 10. Eu falei isso aí, pronto: ‘informação privilegiada’”, disse a apoiadores no dia 6.