“Minha vida vale uma cesta básica?” diz segurança esfaqueado por policial presidente do Sinpol-AM
A abordagem aconteceu porque o policial estava trancado dentro do carro com mais dois homens e estacionados no píer do hotel as 22h40, horário em que não é mais permitido o acesso de pessoas na área.
Em seguida, de acordo com o segurança, o presidente do Sinpol e também escrivão Jaime Lopes, informou que tinha autorização para ficar no lugar. Durante a tentativa de retirada, segundo Bruno, Jaime se exaltou e passou a se identificar como policial civil e dizer que não iria sair do lugar. No boletim de ocorrência, Bruno diz que os agressores e o veículo estavam fortemente com cheiro de bebida alcoólica.
“Num determinado momento, ele apontou o dedo na minha cara e eu, mesmo com educação, baixei o dedo dele e começaram as agressões. Eu reagi, foi quando passei a ser agredido por ele (Jaime) e por outras duas pessoas que estavam com ele e em seguida, senti algo me furando as costas. Pedi ajuda de um colega que estava na abordagem comigo e foi quando a Polícia Militar chegou ao local”, contou Bruno, o segurança.
Bruno Cordeiro levou duas facadas nas costas e vários socos pelo corpo e rosto
Jaime e Bruno foram encaminhados ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) onde os dois foram identificados como autor e vítima ao mesmo tempo. Sem qualquer tipo de apuração aprofundada sobre o caso e sem direito até a ao exame de corpo de delito, o segurança viu a tentativa de homicídio ser apaziguada como se o caso fosse algo banal. Nem mesmo as facadas nas costas de Bruno foram suficiente para a polícia civil manter o presidente do Sinpol preso em flagrante.
Após o registro do boletim de ocorrência o policial civil Jaime Lopes dos Santos saiu pela porta da frente do 19º DIP. A equipe de reportagem do site Imediato tentou entrar em contato com o Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Sinpol-AM) mas nenhum dos telefones completaram a chamada.
“A sensação que tive foi de impunidade. Eu fui a vítima eu que fui esfaqueado, mas pelo que percebi, o crime foi acobertado pelos colegas”, lamentou Bruno. O agente de segurança interna ainda completa “Olharam na minha cara e disseram que isso não ia dar em nada, que ia terminar em pagamento de cesta básica. Será que minha vida vale uma cesta básica?”, desabafou.
O segurança Bruno Cordeiro segue afastado do trabalho por licença médica e informou ainda que está recebendo todo suporte e apoio emocional e estrutural da empresa para qual presta serviço. Ele segue aguardando que a Justiça seja feita.
Histórico de agressão
Em dezembro de 2019, Jaime chegou a ser detido e conduzido a um Distrito Integrado de Polícia (DIP) por suspeita de ter agredido uma mulher e um grupo de seguranças da casa de show Axerito, durante uma bebedeira. Ele foi apresentado, na ocasião, pelos crimes de desacato, ameaça e desordem. No dia seguinte, o presidente publicou nota lamentando o episódio.
Fonte: Imediato